PINTO? TÔ FORA

Pinto? Tô fora
(24 de fevereiro de 2019)

Estava pescando em plena sexta-feira à noite, na praia de Ponta Verde. Apesar da agitação na rua e na calçada, com inúmeras pessoas caminhando ou correndo ao longo da pista destinada para esse fim, a quietude da praia, iluminada pela lua quase cheia, só era interrompida pela conversa mantida de vez em quando com o amigo-irmão pescador Célio Junior Jr. e pela euforia de seu filho e sobrinho meu Lucas, que não sabia se pescava ou brincava com as ondas.
Decorrido um certo tempo, notei a aproximação de um jovem rapaz (o que é comum, naquele ponto, principalmente em temporada turística), tentando "puxar" conversa. De cara, percebi ser uma "persona non grata". Primeiro, quis "dar pitaco" na pescaria (nenhum pescador gosta disso). Começou dizendo que era melhor em outro lugar, depois quis ver de perto o equipamento, perguntando o preço de cada coisa (molinete, vara, suporte de vara etc.). Pensei: "que cara chato...". Nessas circunstâncias, prefiro ficar calado ou "monossilábico" para ver se a pessoa se toca e se manda. Não deu certo, o cara continuou ao meu encalço, como sombra. De repente, mudou de assunto e falou:
- Eita amanhã tem o pinto da madrugada. Você vai?
Eu respondi bem sério.
- Não. - e completei, fechando o diálogo - Não gosto de pinto.
Não percebi, depois disso, a hora que ele foi embora.

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