PR. MANOEL PEREIRA
Pr. Manoel Pereira
(7 de maio de 2019)
O pastor Pereira era um homem de Deus.
Austero e firme em suas decisões.
Fiz minha profissão de fé com ele, quando tinha 12 anos. Era um misto de temor e respeito que eu nutria por aquele servo do Senhor. Ao cruzar com ele no corredor da igreja, ele pouco falava, apenas com gesto de cabeça, enquanto andava, ele me saudava. Quando fiquei mais jovem, afastei-me do convívio dos irmãos e passei alguns anos sem frequentar à igreja, coisa que não foi muito bom para mim, pois, ao regressar, já perto dos 18 anos, percebi o quão distante andava...
Decidi-me voltar à comunhão com Deus e com a igreja. Adentrei em uma certa manhã ao gabinete do pastor Pereira. Era um lugar sisudo, mas, ao mesmo tempo, refletia paz. Uma estante escurecida pelo tempo, repleta de livros, alguns quadros na parede, de igrejas na Bolívia, fotografias de pastores e missionários da Assembleia de Deus em Alagoas. Uma fotografia do próprio pastor Pereira (não sei se essa que se vê acima, mas com esse mesmo semblante). Entrei, sentei-me, pouco sem jeito à sua frente, enquanto o saudava com a indispensável "paz do Senhor" no meio pentecostal. Ele parou um pouco o que estava fazendo e me olhou por alguns instantes sem nada dizer. Depois, de forma pausada e calma, disse:
- Você é o filho de Paulo Amâncio, não é?
A pergunta me deu um pouco de tranquilidade. Eu respondi que sim. E que estava ali porque queria voltar à comunhão da igreja.
Ele deu um sorriso breve. Virou-se para um fichário de tampa vermelha, em cima do birô, fazendo-me supor tratar-se da ficha dos membros da igreja. Antes de manuseá-lo, indagou-me:
- Você chegou a ser "disciplinado" (afastado da comunhão oficialmente)?
Eu respondi que não, mas que havia bastante tempo que não participava da ceia e dos trabalhos da igreja. Cheguei a afirmar que, se fosse preciso, eu me submeteria à disciplina. Disse isso com lágrimas nos olhos.
Ele, já de posse de minha ficha em suas mãos, afirmou com tom paternal:
- Não precisa, meu filho. Para mim, é a maior alegria quando um jovem vem arrependido e pede para voltar para Cristo.
Chamou a secretária, entregando-lhe a ficha que estava em suas mãos, pedindo-lhe para incluí-la no rol dos que iriam se reconciliar, no próximo culto administrativo. Levantou
-se, afirmando que eu deveria estar nesse culto e estendeu-me a mão com um largo sorriso. Deu-me um abraço forte e em seguida, colocou a mão em meu ombro e fez uma longa e restauradora oração por mim. Chorei copiosamente naquele momento, mas ao sair estava totalmente aliviado e com sentimento de que estava perdoado.
Depois desse fato, pela graça de Deus, pude servi-lo com minha vida até o dia de hoje e tenho certeza de que aquela oração ainda irá surtir efeito por muitos anos.
"A oração de um justo pode muito em seu efeito".
(7 de maio de 2019)
O pastor Pereira era um homem de Deus.
Austero e firme em suas decisões.
Fiz minha profissão de fé com ele, quando tinha 12 anos. Era um misto de temor e respeito que eu nutria por aquele servo do Senhor. Ao cruzar com ele no corredor da igreja, ele pouco falava, apenas com gesto de cabeça, enquanto andava, ele me saudava. Quando fiquei mais jovem, afastei-me do convívio dos irmãos e passei alguns anos sem frequentar à igreja, coisa que não foi muito bom para mim, pois, ao regressar, já perto dos 18 anos, percebi o quão distante andava...
Decidi-me voltar à comunhão com Deus e com a igreja. Adentrei em uma certa manhã ao gabinete do pastor Pereira. Era um lugar sisudo, mas, ao mesmo tempo, refletia paz. Uma estante escurecida pelo tempo, repleta de livros, alguns quadros na parede, de igrejas na Bolívia, fotografias de pastores e missionários da Assembleia de Deus em Alagoas. Uma fotografia do próprio pastor Pereira (não sei se essa que se vê acima, mas com esse mesmo semblante). Entrei, sentei-me, pouco sem jeito à sua frente, enquanto o saudava com a indispensável "paz do Senhor" no meio pentecostal. Ele parou um pouco o que estava fazendo e me olhou por alguns instantes sem nada dizer. Depois, de forma pausada e calma, disse:
- Você é o filho de Paulo Amâncio, não é?
A pergunta me deu um pouco de tranquilidade. Eu respondi que sim. E que estava ali porque queria voltar à comunhão da igreja.
Ele deu um sorriso breve. Virou-se para um fichário de tampa vermelha, em cima do birô, fazendo-me supor tratar-se da ficha dos membros da igreja. Antes de manuseá-lo, indagou-me:
- Você chegou a ser "disciplinado" (afastado da comunhão oficialmente)?
Eu respondi que não, mas que havia bastante tempo que não participava da ceia e dos trabalhos da igreja. Cheguei a afirmar que, se fosse preciso, eu me submeteria à disciplina. Disse isso com lágrimas nos olhos.
Ele, já de posse de minha ficha em suas mãos, afirmou com tom paternal:
- Não precisa, meu filho. Para mim, é a maior alegria quando um jovem vem arrependido e pede para voltar para Cristo.
Chamou a secretária, entregando-lhe a ficha que estava em suas mãos, pedindo-lhe para incluí-la no rol dos que iriam se reconciliar, no próximo culto administrativo. Levantou
-se, afirmando que eu deveria estar nesse culto e estendeu-me a mão com um largo sorriso. Deu-me um abraço forte e em seguida, colocou a mão em meu ombro e fez uma longa e restauradora oração por mim. Chorei copiosamente naquele momento, mas ao sair estava totalmente aliviado e com sentimento de que estava perdoado.
Depois desse fato, pela graça de Deus, pude servi-lo com minha vida até o dia de hoje e tenho certeza de que aquela oração ainda irá surtir efeito por muitos anos.
"A oração de um justo pode muito em seu efeito".
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